Estava aqui a responder aos meus queridos, Martini e Pink quando me ocorreu o tema para este post.
Se forem pais tentem compreender...
Se forem professores compreenderão (acho eu)...
Durante a minha formação académica, na via profissionalizante que é exigida aos professores, tive uma cadeira com um nome muito pomposo: Ética e Deontologia da Profissão Docente, o professor de filosofia era um dos seres mais controversos com os quais tive o prazer de estar cara a cara e de ouvir dissertar sobre tudo e mais alguma coisinha que viesse ao acaso.
Acontece, efectivamente, que o apreendido nessas aulas é que, deveria ser como profissional um ser exemplar. Não fosse o sr. uma personagem tão... pouco exacta! e eu diria mesmo que o lema é "para dar o bom exemplo, tens que ser o melhor exemplo". O problema é que nem todos os professores são bons exemplos!
Somos humanos e erramos, como todos os profissionais. Ou por ventura acham que tenho que guiar a minha conduta em função da minha profissão?!
Se calhar, agora que dou aulas vou deixar de ir aos festivais mais alternativos, afinal de contas, aquilo é uma bandalheira que pra lá vai...
Outra questão que coloco, é se a conduta mais libertina dos professores não será também culpa do sistema de logística do min-ed, no que respeita à colocação dos docentes...
Vejamos, as hipóteses do estado civil de um/a professor/a em início de carreira:
- ou fica solteiro/a FOREVER e se dedica em exclusivo à profissão, sendo quase eunuco;
- ou casa, e com o passar dos anos o casamento desmorona, visto que um dos dois nunca está em casa a não ser ao fim de semana (se a distância geográfica compensar ir a casa)
- anda a pulilar anualmente de namorado/a em função do local onde dá aulas
- ou tem uma conduta, completamente reprovável, que não constitui exemplo para ninguém. Tem vários companheiros ao longo do ano e nunca encontra estabilidade emocional.
Caríssímos, como não tenho namorado, não sou casada nem prevejo casar dentro de um ou dois anos, nem tão pouco pretendo voltar a ser uma mal f0d1da refugiada em trabalho, as hipóteses restantes apontam para que eu seja um mau exemplo para os meus alunos...
A minha cadeira de Ética e Deontologia da Profissão Docente serviu-me para seguir o lema: faz aquilo que eu te digo e não o que eu faço (não que eu tenha intenções de que os meus alunos se inteirem daquilo que eu faço ou deixo de fazer..)
Quando decidi ser professora tinha o perfil certo, mas depois cresci, conheci os podres da vida e agora tenho o perfil errado...
Resta o gosto pela docência, o contacto com as turmas e o prazer de ensinar uma língua estrangeira.
Gostar, eu até gostava de seguir o meu coração e ir ter com o Fujão, mas o resto? Ignoro um perfil profissional que custou os olhos da cara aos meus pais para agora dar uma de
hippie?
Vou mas é dormir, que já não digo coisa com coisa...