quarta-feira, 5 de outubro de 2011

S o b r e _ a _ é t i c a _ p r o f i s s i o n a l _ d o c e n t e

Estava aqui a responder aos meus queridos, Martini e Pink quando me ocorreu o tema para este post.

Se forem pais tentem compreender...
Se forem professores compreenderão (acho eu)...

Durante a minha formação académica, na via profissionalizante que é exigida aos professores, tive uma cadeira com um nome muito pomposo: Ética e Deontologia da Profissão Docente, o professor de filosofia era um dos seres mais controversos com os quais tive o prazer de estar cara a cara e de ouvir dissertar sobre tudo e mais alguma coisinha que viesse ao acaso.
Acontece, efectivamente, que o apreendido nessas aulas é que, deveria ser como profissional um ser exemplar. Não fosse o sr. uma personagem tão... pouco exacta! e eu diria mesmo que o lema é "para dar o bom exemplo, tens que ser o melhor exemplo". O problema é que nem todos os professores são bons exemplos!
Somos humanos e erramos, como todos os profissionais. Ou por ventura acham que tenho que guiar a minha conduta em função da minha profissão?! Se calhar, agora que dou aulas vou deixar de ir aos festivais mais alternativos, afinal de contas, aquilo é uma bandalheira que pra lá vai...

Outra questão que coloco, é se a conduta mais libertina dos professores não será também culpa do sistema de logística do min-ed, no que respeita à colocação dos docentes...
Vejamos, as hipóteses do estado civil de um/a professor/a em início de carreira:
  • ou fica solteiro/a FOREVER e se dedica em exclusivo à profissão, sendo quase eunuco;
  • ou casa, e com o passar dos anos o casamento desmorona, visto que um dos dois nunca está em casa a não ser ao fim de semana (se a distância geográfica compensar ir a casa)
  • anda a pulilar anualmente de namorado/a em função do local onde dá aulas
  • ou tem uma conduta, completamente reprovável, que não constitui exemplo para ninguém. Tem vários companheiros ao longo do ano e nunca encontra estabilidade emocional.
Caríssímos, como não tenho namorado, não sou casada nem prevejo casar dentro de um ou dois anos, nem tão pouco pretendo voltar a ser uma mal f0d1da refugiada em trabalho, as hipóteses restantes apontam para que eu seja um mau exemplo para os meus alunos...

A minha cadeira de Ética e Deontologia da Profissão Docente serviu-me para seguir o lema: faz aquilo que eu te digo e não o que eu faço (não que eu tenha intenções de que os meus alunos se inteirem daquilo que eu faço ou deixo de fazer..)

Quando decidi ser professora tinha o perfil certo, mas depois cresci, conheci os podres da vida e agora tenho o perfil errado...
Resta o gosto pela docência, o contacto com as turmas e o prazer de ensinar uma língua estrangeira.

Gostar, eu até gostava de seguir o meu coração e ir ter com o Fujão, mas o resto? Ignoro um perfil profissional que custou os olhos da cara aos meus pais para agora dar uma de hippie?
Vou mas é dormir, que já não digo coisa com coisa...

7 comentários:

  1. Oh boazona, adorei este teu post e só espero que continues assim, irreverente como sempre.
    Bjs
    :)))

    ResponderEliminar
  2. Isto parecem resquicios de alguém mal-fodido (não estou a dizer q é o caso)...

    Agora mais a sério. Tudo se faz desde que se saiba fazer, mas sim há profissões que merecem algum cuidado na sua conduta diária. Eu já tive em funções idênticas e num meio relativamente pequeno, e não fui por isso q deixei de sair quase todos os dias à noite e beber os meus copos. Claro q é diferente beber um copo e curtir a noite, e ir beber um copo e curtir a noite com o/a aluno/a... ou mesmo curtir o/a aluno/a.

    Mas se estás a começar, com o tempo vais perceber e adequar a tua forma de estar e de leccionar.

    Qto ao q falas da vida amorosa... Bem... Sinceramente n vejo o q é q a profissão possa influenciar nesse aspecto. Como diz o ditado "Quem corre por gosto não cansa"

    just my 2cents

    ResponderEliminar
  3. Lynce, amori, gosto tanto que me venhas aqui dar dois dedos de conversa ;) Eu tinha aqui um post do mais lamechas mas tinha este em cache :P e fiz uma troca, o outro fica só para mim até porque parece um diário sentimental. Beijo grande Oh jeitoso ;)

    Foxos, não diria mal fodida, mas mal amada, sim.. Estou a ver o meu futuro como professora e mulher a desmoronar antes de começar...

    ResponderEliminar
  4. xiii, ainda mal começaste, desanimar já? morrer na praia?

    Levanta a cabeça, um dia não são dias!

    ResponderEliminar
  5. Quer venhas a optar por uma ou outra situação, se algo mudar julgo que será de forma espontânea. Por aqui andaste a descriminar o que andaste a fazer nos últimos anos, os desejos dos que te apoiaram, o que te dá mais pica, os teus objectivos, etc Eu também por vezes penso nisso, e quando penso de mais, acabo por mudar de freguesia. Estou em vias de me mudar novamente. O vento está a soprar favoravelmente.
    Já pensaste nisso? Que se estiveres sempre no mesmo local, a fazer a mesma coisa todos os dias, a pensar sempre nas mesmas pessoas, a dar satisfações aos do costume, nada mudará e as dúvidas poderão continuar por tempo indeterminado? Que tal uma mudança de ares? Um corte mais ou menos radical face ao que vives no presente, só a título de experiência? Poderia te fazer bem.

    Beijos

    ResponderEliminar
  6. Martini, a minha vida muda nas alturas certas, ou eu mudo nas alturas certas.
    Não me vou lançar na mudança porque é a mudança que me puxa para si. =)

    ResponderEliminar
  7. Professor!!!!!!
    Larga isso..... para além de mal pagos, mal vistos, alguns até levam porrada...não vão a lado nenhum.
    Isso de prof. já foi há muitos séculos atras.A minha mae que o diga que se reformou no topo da carreira e sempre teve e tem uma vida boa é que tem razão.Nunca me aconselhou tal negocio felizmente.
    Ainda estás a tempo de mudar e fazer-te à vida e pela maneira que abordas a questão acho que não tens o minimo interesse e entusiasmo pela mesma.Vais-te arrepender toda a vida.
    Pira-te enquanto é tempo e és nova porque a vidinha acho que passa rápidamente e se o país te aborrece, achas que não te dão suficiente valor, ou que não existe espaço para ti, podes sempre emigrar.
    De nada vale a nossa irreverencia se se estão puramente borrifando para nós, se deixaram de nos ver.
    Daqui a 8 dias já estou seguramente melhor intelectualmente falando ( se bem que não me possa queixar, mas o ser humano quer sempre mais e mais)porque me encontrarei a desopilar pelas ruas de Manhattan e o Outono ao contrario do Verão promete uma bela estadia em New York.


    AndorinhaBeirã

    ResponderEliminar