quinta-feira, 6 de março de 2008

invulgaridades das artes

Proclamou-se pintor
Porque lhe chamou tela…

Tinha um pincel,
Não usava tinta
mas “pintava” nela.

E perguntem pois,
Perguntem e com razão:
Que raio de obra desejava ele pintar
Sem tinta?
Sem tinta que pintasse nela?

Não contem que vos conto…
Xiiiiu…

O pincel não era de pintor
E ele pintava a chá…
E não,
não era uma aromática aguarela!

Pintava a chá pra marcar a tela…
Pra marcar.
Marcar sem pintar.

Não contem que vos conto…

A tela tinha vontade própria!
Mudamente, pedia pra ser pintada.
E…
Não contem que vos conto…
No vaivém do pincel residia o seu prazer…

?!Seria pois o Prazer
A pintura que o pintor pretendia pintar?!

Não contem que vos conto…

Diria que esse pintor é um atentado aos meus sentidos
Até porque o chá…
O chá chega-me em pinceladas erógenas…
Escorrendo quente…

!!!Não me dá tento para pensar
Em respostas pra vos dar!!!

Apenas algo deambula dentro dela!
Algo que não é tinta,
Algo que não é chá,
Nem pincel,
Nem pintor…

Só o desejo…
de continuar a ser para sempre tELA!


3 comentários:

  1. e dizes que andas sem inspiração...
    fónix! poderosa prosa, amiga! poderosa e cheia de significados, como eu gosto!!! ;)

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  2. ele já andava desorientado
    com saudades da sua tela
    e da pintura a aguarela

    ele não sabia o que fazer
    andava desorientado
    ocupado
    mas sem ela,
    sem a tela,
    e sem a aguarela
    sentia-se amargurado

    às vezes não podia pintar
    tinha que trabalhar
    mas quando tinha tempo
    já não era o vício
    era o prazer que ele queria saciar.

    ora pronto!
    Parece tang! poesia instantânea! :D

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  3. :) poesia instantanea que sabe bem!

    (pausa pra babar depois da leitura)

    adoro!

    ****

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