sábado, 17 de novembro de 2012

L a _ p r o f e s o r a

Tenho um amigo, que tem uma das profissões mais em voga dos últimos anos - formador. Actualmente, dá formação numa escola profissional a adultos e ao fim de semana, reunimos e desabafamos sobre os acontecimentos decorrentes das nossas aulas. Eu falo dos míudos 13-16 anos e ele fala dos adultos 40 - 60 anos...
pontos em comum: todos têm muito que falar; todos ignoram a utilidade do que estão a aprender; todos acham que mandam e têm mais razão que qualquer um; todos têm a mesma capacidade de intervir desadequadamente na aula... a lista podia continuar...
Hoje, em mais um café, chegámos a uma conclusão (foi mais uma constatação de factos que já conhecíamos teoricamente): como é que se pode esperar algo dos jovens, se os pais não conseguem fazer melhor do que os filhos?
Senão vejamos as reprimendas dele e as minhas: prestem atenção, porque isto sai no teste (fazem ouvidos moucos); vamos fazer um trabalho e um teste para terem mais hipóteses de avaliação (mais de metade não faz trabalho, como desculpa, diz que não entende); os testes são uma vergonha total e ambos respondemos às turmas: falem mais! quanto mais falarem melhores vão ser essas vergonhas! aulas dinâmicas? em 15 minutos são mandados calar 5 vezes... 

a minha drástica conclusão, é que um botão de choques eléctricos (de baixa intensidade, CLARO) devia ser instituído nas cadeiras... nem que fosse para os obrigar a fazer reset no assunto deles e olharem para a frente!

Antigamente, já era dificil persuadir um aluno a continuar os estudos, agora, à partida, mesmo que queira ir para a universidade não têm possibilidades económicas e com isso, um futuro ideal deixa de existir, remetem-se as possibilidades a uma profissão técnica.
Basicamente, vivemos de novo a era do só estuda quem pode...

Mas, estou a desviar-me do assunto, eu apresentei o meu amigo formador, porque ele recebeu, numa das suas aulas, uma comitiva política, onde se encontrava o ministro da educação, irromperam pela aula... Metade dos alunos (adultos) não se deu conta e continuou a pôr em dia a conversa, a outra metade chamou-os à atenção... Os senhores da comitiva não disseram grande coisa, disse-me ele... Eu, é que mal o ouvi fazer o relato da situação, perguntei: e tu não lhe mandaste o apagador acima?! depois vinhas no correio da manhã e passavas a ser o herói dos professores!!! 
e ele, respondeu com pena: bem, o apagador é daqueles leves, em espuma, não fazia mossa...
Com isto, só pensei: Chatisse, os meus são de madeira e ainda levavam efeitos especiais de giz!! :D

relato do fim de semana: ontem adiantei as aulas de segunda, sábado e domingo são dias de BUROCRACIAAAAA.
Já não sei, se gosto das semanas, ou dos fins de semana... :/


6 comentários:

  1. É todo uma questão de motivação...
    Já paraste para pensar no tempo que as pessoas perdem a lamentar-se? Desistindo, desanimando, e vivendo só por viver? A maioria delas reclama do seu estado mas nada fazem para para reverter. .
    Beijinhos princesa!

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  2. Concordo com a tua breve análise comportamental da plateia estudantil e tal... mas há sempre duas faces em cada moeda. Então e o docente é imaculado? Tem imunidade de culpa? Claro que não! Se o seu poder motivacional for arguto, não há burro que não baixe as orelhas, por muitas cenouras que o distraiam ;)

    Beijos e bom fim-de-semana!

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  3. Não percebi...
    O problema é dos alunos ou dos professores????

    È tão fácil atirar pedras aos outros... quando a nossa casa só existe telhado (os alicerces são feitos de barro)e mesmo assim por vezes de vidro....

    Peter Pan

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  4. Lynce, eu não perco tempo a lamentar, isto é um exercício de partilha, como nos alcoólicos anónimos lol

    Eros e Peter Pan, para vós, tenho só uma pergunta: já deram aulas?
    Os professores são uma espécie de entertainers que ensinam e educam, ainda tentamos fazer com que o nosso público aprecie a performance e aprenda com ela, mas o contacto com os alunos é apenas 20% do nosso trabalho.
    é claro que no primeiro ano a solo como artista, ainda tenho muito que aprender e aperfeiçoar, mas podem acreditar que tento sempre dar o meu melhor e se isso não acontece arranjo estratégias para colmatar, vivemos, respiramos e eu até sonho com aquilo que faço como profissional.
    Peter Pan, parece-me que o comportamento desadequado dos alunos não é da minha responsabilidade e sim da deles e das famílias deles que os depositam na escola como se aquilo fosse um banco! Eu faço os possíveis para que eles se comportem, chamo-os à razão e dou-lhes o exemplo, inclusive como é da nossa competência, opps já me esquecia que os professores têm que ser seres perfeitos da sociedade (-.-' já me esquecia desse critério imprescindível que abana os alicerces)

    é tão fácil falar do desconhecido... A crise não é só da economia, é da sociedade! Continua-se a olhar demasiado para o próprio umbigo e poucos são os que conhecem e aplicam o conceito de "empatia".

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Respondendo à tua questão: Sim, dou aulas há 4 anos!
    Espero que não tenhas ficado com a noção que te atacava os métodos, apenas te relembrava que enquanto docente, melhor do que ninguém terás certamente consciência que a Culpa nunca morre solteira, por muito "umbiguistas" que sejamos.

    E mais não digo, senão ainda me acusam de ser professor da Moderna ;)

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