Passaram Verões
e as outras estações...
Mas tu,
tu ficas sempre.
Tão essencial
como o chão, o oxigénio, o sol...
Ficas em mim, preso em cada poro, retido em cada memória;
em cada sorriso feliz que esbocei;
em cada gargalhada que dei;
na dança que dançámos ao luar;
na manhã da ribeira, onde não fomos nadar;
nas viagens de dedos entrelaçados;
nos pensamentos que me completaste;
na calçada escura da cidade...
Ficas mais colado a mim, que uma pastilha elástica no cabelo...
E não quero,
sei que não quero esquecer-me de ti
mas preciso,
a vida pela metade não me preenche
a tua ausência não me seduz
o teu suor não cola no meu
e as noites não têm boas surpresas,
não há ninguém na multidão que apareça vindo do nada e me beije sofregamente...
Tenho a memória dividida entre a razão e o coração.